Nos dias 20, 21 e 22 de abril último ocorreu a 3a edição do Retiro de Vivência no Templo (Otera Taiken) no templo matriz da missão sul-americana da Ordem Otani, em São Paulo.
Foram três dias intensos com muito estudo, reflexões profundas e muita confraternização com trocas de visões e percepções.
Abaixo temos alguns depoimentos:
Bom dia queridos irmãos. Ainda ecoa dentro de mim o doce som do shoshingue e a profundidade de cada verso que talvez até então eu não tivesse me dado conta de sua importância (confesso). Confesso também que, enebriado pelo meu ego cheguei a pensar que seria apenas mais um encontro, apenas mais uma visita ao templo, apenas mais uma… e não foi assim. Há um tempo venho me deixando levar pela raiva, pelo julgamento e cego deixei de enxergar o outro, pensando apenas nas minhas próprias satisfações. Enfim, juntei tudo isso na mala, todos esses sentimentos, todos os meus anseios na esperança de encontrar uma resposta e parti para o templo. Ao chegar me deparei com pessoas que nunca vi na vida, pessoas que também levavam nas malas suas dúvidas, angustias e anseios e percebi que eu não estava sozinho nessa jornada. Eu não tenho palavras para descrever o quanto cada um contribuiu para minha vida. As palestras foram aos poucos elucidando minhas dúvidas, mas emoção no rosto de cada um tocou meu coração de forma transformadora. Rafael sua história não é mais só sua, agora faz parte da história de cada um e na minha teve uma importância muito grande pois percebi que faz um tempo que venho me esquecendo da dor outro e trabalhado apenas por sobrevivência, o que é inadmissível na minha profissão. Regressei melhor? Não. Regressei muito mais consciente de que sou mau e que sem a compaixão do Buda, a verdade dos ensinamentos e a união do sanga não me salvarei. Isto é fato. Quero agradecer a todos, de coração. Aos mestres pela dedicação incansável e a cada um que contribuiu para que esse ser aqui pudesse hoje enxergar ao redor de maneira diferente e com certeza melhor. ” Sem apresso, sem julgar e sem desistir”. — Marcelo, Enfermeiro, Rio de Janeiro
Queridos, muito obrigado pela experiência. Por mais piegas que pode soar, eu saio desse retiro com outra forma de ver o dia a dia, e com outra forma de viver e enxergar a minha prática também. Agradeço de coração aos amigos do dharma, todos os participantes, ao rafael por dividir sua vida conosco, aos professores pelas aulas, companheirismo e ensinamentos. Espero rever todos vocês logo! Namu Amida Butsu — Guilherme, professor e mestre cervejeiro, São Paulo
Queridos irmãos, bom dia! Ontem, saindo do templo, seguimos viagem para MG para buscar nosso pequeno. Fomos refletindo e discutindo os acontecidos. O mais tocante foi que, tudo que nos foi ensinado, fez com que refletíssemos nossas atitudes anteriores, como agimos e como “deveríamos agir” naquele momento, e claro, daqui para frente. Quase chegando e, sonolento (a Adriana estava dirigindo), despertei ao som de “sinos”, e ouvi em minha mente o Shoshinge. Posso dizer que uma nova era começa na minha, com o “chamado” do Buda Amida para fazer parte desse Sangha, rumo à Terra Pura! Quero agradecer mais uma vez à todos pela companhia, pelo profundo aprendizado, pelos momentos de felicidade, enfim, por todos essa companhia repleta de momentos maravilhosos! Espero rever a todos em muito breve. O Sangha permanece! Gashô — Átila e Adriana, profissional de TI e Matemática, São Paulo
Boa noite a todos.
Neste final de semana tivemos a oportunidade de participar do Otera Taiken em São Paulo.
Na verdade um privilégio poder vivenciar a rotina do Templo , conhecer alguns rostos aqui do WZ, mas principalmente ouvir o Dharma e perceber a importância de ter no nosso cotidiano, práticas simples mas que nos remetem aos ensinamentos passados pelos Senseis.
Poder perceber que a Ciência está tão próxima e até explicando os benefícios que o Budismo nos proporciona (para alguém cético como eu isto foi maravilhoso). Podemos vivenciar uma experiência fantástica que foi ouvir o testemunho de como o Shonshingue mudou a vida de um dos participantes.
Enfim , são coisas que somente convivendo em um Retiro como este podemos vivenciar. São experiências que acho difícil perceber só com estudo ou mesmo pelo convivio Virtual.
Retorno para casa ciente de que de tempos em tempos se faz necessário este tipo de experiência, para auxiliar nossa caminhada junto a Sangha. Finalizando hoje , tivemos a grata oportunidade de ouvir em uma mesma manhã dois Decanos da nossa Escola, Sensei Mario e Sensei Wagner. ….que privilégio. Minha enorme Gratidão a todos os Senseis que dispuseram do seu tempo para organizar este final de semana e nos brindar com seus ensinamentos. ….
Que mais participantes da Sangha possam vivenciar esta experiência também.
MUITO OBRIGADO. — Celton, Cirurgião Dentista, Orlândia
Ah, meus irmãos de fé, estamos aqui reverberando (sem saber para onde nos levará, que desespero) as experiências vivenciadas neste #oterataiken. O que posso acrescentar as palavras já proferidas? No alto de “minha intelectualidade” posso afirmar que tive vários momentos ratatouille. Obrigado pelo oceano de possibilidades, e eu não sou o maior fã de oceanos, que todos (sem exceção) abriram para mim e aos demais que estou interligado. inclusive, eles também agradecem indiretamente. Obrigado por recitarem o shoshingue comigo. Até breve. — Everton, profissional de TI, São Paulo
Este relato foi composto logo ao findar de mais um Otera-Taiken. A iniciativa ocorreu, portanto, na matriz da Missão Sul-Americana Nambei Honganji da escola budista da Terra Pura da Ordem Budista Shinshu Otani. Foi a terceira oportunidade que começou em 2015.
Nesta edição de 2018, a “Vivência no Templo” contou com a participação de 21 adeptos, grande parte presente pela primeira vez no Taiken. Todavia, mesmo para aqueles que já haviam estado em outros retiros, era, igualmente, uma experiência inédita. Novos aprendizados, novos ensinamentos a alegria do reencontro dos irmãos e professores queridos e a emoção que não conhece limites.
Nada ficou de fora: todos os espaços do templo foram visitados, cada símbolo explicado, cada detalhe admirado e reverenciado espontaneamente em reconhecimento à experiência ali vivida. A beleza e história do templo pode ser vista, mas, mais do que a contemplação estética, a experimentação do sagrado foi o que mais me tocou.
A propósito, esta experiência no sagrado foi a tônica da brilhante apresentação do Jean Tetsuji Sensei ao tratar da simbologia do nosso altar. Suas palavras tocaram fundo no meu coração. Imai Sensei, ao tratar do Shoshinge, nosso poema central, abordou o tema relacionando-o com sua vivência pessoal. Logo na sequência, nosso Rinban, Obata Sensei, nos presenteou com sua sabedoria, sempre com seu jeito simples e humilde. Hernan Ichigyo Sensei fechou o primeiro dia com mais ensinamentos maravilhosos: demonstrou cientificamente a ação dos fundamentos budistas no ser humano. Sua aula emocionou a todos.
No segundo dia, posso dizer, sem receio, que me senti um privilegiado: uma aula fenomenal proferida pelo mestre Ricardo Mário Gonçalves – um desbravador do budismo para os brasileiros, seguida de um dos relatos mais corajosos e emocionantes que já pude escutar – o mestre Wagner Haku-Shin. Depois de tudo isso, os aprendizados me dominam e me levam a lançar um olhar diferente para o mundo.
Em primeiro lugar, todos nós que ali estávamos, não estávamos por nossa iniciativa – um conjunto de causas e condições permitiram que nos reuníssemos no Otera Taiken. Foi o chamado de Amida que nos uniu nesta vivência. Ademais, aprendemos, ou relembramos que necessitamos ter e proporcionar compaixão. Reforçar os laços com todos os seres. As lições de Hernan e Wagner Sensei me tocaram com esta mensagem. Precisamos ser budistas engajados!
Além dos mestres citados, não é possível concluir o relato sem citar meu irmão e mestre Maurício Hondaku Sensei. Incansável, planeja, programa, ajuda, realiza. Hondaku tem toda minha admiração e carinho. É meu grande “rastelo”. Todos os outros monges do Betsuin e senhoras da Associação Flor de Lótus, igualmente, se esforçaram para que tudo estivesse em sua mais perfeita ordem. E esteve. Foram perfeitos!
Eu só tenho que agradecer. Vivi minha experiência no Sagrado. Jean Sensei me abriu os olhos para isso. O Buda Amida me abraçou. Causas e condições me levaram a conhecer e reencontrar pessoas que só me engrandecem, me ensinam e, claro, me colocam mais caraminholas na cabeça. — Glauco, pofessor, São Paulo
Boa noite, ainda está caindo minha ficha sobre nosso retiro, eu já conhecia o budismo cerca de 6 anos atráves da rede social Facebook, lia textos, tirava algumas dúvidas com o Rev. Maurício, depois entrei no nosso grupo do WhatsApp e sempre acompanhando e apenas lendo, até que o Rev. Maurício me falou do retiro, na minha cabeça veio como uma decisão, pensei, vou para finalmente me decidir, confesso que fui com uma mente para dúvidas como uma boa pessoa de exatas, cada palestra em meu interior eu gerava uma dúvida, uma desconfiança, talvez seja por uma certa casca que eu criei para não ter fé cega, mas ao longo dos dias, me unindo com as pessoas, fazendo parte dessa família, fui me achando, reconhecendo esse local como lar, ao fim da noite de sábado foi onde realmente a fé tocou meu coração, na palestra do Rev. Herna foi onde me achei!
Muito obrigada a todos que estiveram no retiro vou lembrar de cada um de vcs para sempre, é um agradecimento especial ao Rev. Maurício que me ajudou a encontrar o budismo e a encontrar esse caminho, e ao Rev hernan pela excelente palestra que me ajudou a me encontrar. — Carol, programadora, Piracicaba
Oterá Taiken, como descrever essa experiência maravilhosa?
Não foi tão fácil chegar ao templo, pois ao mesmo tempo que estava super ansiosa para ir também estava frustrada com as pessoas ao redor, assim estava transportando uma bagagem maior do que podia carregar e esse processo estava doloroso demais. Mesmo dentro do templo enquanto aguardava a presença dos demais os pensamentos escureciam a mente de tal forma que não tinha certeza se queria ficar lá dentro ou não.
Durante um café conversei um pouco com sensei Imai, falamos sobre as dificuldades de lidar com o ser humano, logo após a conversa chegou alguns membros e fomos passear na Liberdade. Enquanto caminhávamos a mente ainda agitada, mas reflexiva, pensava muito na conversa do café, então fizemos uma pausa para almoçar foi quando um dos membros que havia passado por cirurgia bariátrica apresentou sua carteirinha em um restaurante para que tivesse redução no valor pago pelo alimento em um rodízio e o garçom alegou que ninguém apresentara algo semelhante e precisava ver com o gerente tal situação, mas que a resposta poderia ser negativa já que muitas pessoas alegavam comer pouco e pediam redução, então ele apresentou ao garçom o artigo de lei estadual e pediu para que apresentasse ao gerente e o garçom disse que não precisava mostrar a ele e que iria buscar respostas a respeito disso, foi então que Marcelo compassivo com o ocorrido disse que caso a resposta fosse negativa ninguém ira comer naquele local em consideração a ele, assim quando o garçom voltou alegou que não poderia fazer tal desconto por se tratar de promoção, então nos retiramos dali. Novamente estava frustrada, aquele ocorrido me entristecia com o ser humano, embora o garçom não tivesse culpa do ocorrido, pois estava apenas cumprindo ordens e sim a administração do estabelecimento deveria ser melhor instruída para orientar melhor seus colaboradores.
Passeamos mais um pouco pelo local e logo voltamos ao templo. Nos apresentamos aos demais, devido ao fluxo de pensamentos e o cansaço da viagem resolvi me recolher.
No dia seguinte, início das atividades conversei um pouco com um dos membros de outros Oterá Taiken, como estávamos fatigados e trouxemos bagagens a mais que o necessário comentamos não querer apenas uma atividade, mas algo diferencial que as vendas de nossos olhos não foram capazes de detectar num primeiro momento.
Passamos o dia todo em atividades e à medida que se desenvolvia os temas fui capaz de perceber a interligação entre elas e o que estava ocorrendo em minha vida até aquele presente momento e o quanto certos sentimentos estavam tomando conta e adoecendo tudo, impossibilitando minha visão. A noite um integrante deu seu testemunho e relatou o quando o Nembutsu foi se transformando e moldou sua vida e a cada palavra internalizada em mim uma luz surgia e comecei a chorar de alegria e entender o porque de estar exatamente ali naquele momento, chorei ainda mais quando o sensei Maurício entregou as lembrancinhas deixada pelo senhor chamado carinhosamente de Keiji Chan, um senhor que é um grande artista e tive a honra de conhecer e ouvir relatos fantásticos, um mestre, foi exatamente nesse momento que finalmente os sentimentos ruins se dissiparam e veio a mente: “Sem escolher, sem odiar, sem abandonar. Esse é o amor contido no NAMU AMIDA BUTSU”, inclusive essa frase já havia sido lida no primeiro rito da manhã.
Último dia de Oterá Taiken e com a xícara no ponto suficiente para receber o que fora transmitido sem que a mesma transbordasse sentia felicidade e inquietação por não querer voltar para casa, os dias passaram muito rápido, como disse o Amagi sensei: “Jikan ga sugiru” (o tempo passa num piscar de olhos) e gostaria de continuar ouvindo o Dharma e aprender mais, agora sim percebia que estava com aquele brilho de anseio pelo conhecimento que antes havia se apagado e foi então que me dei conta da necessidade de regressar para casa conversar com as pessoas e relatar um pouco desse sentimento, do quanto estamos em constante mudança, entender que sozinha não consigo, mas a partir do momento que nos damos conta de ser “rastelos um dos outros” de tal modo a ter um olhar mais compassivo em relação ao outro tudo fica mais calmo.
Esse Oterá Taiken serviu não só para reencontrar velhos amigos como para encontrar novos e fortalecer os laços também para encontrar algo que perdi ao longo dos meses e distanciou meu coração de algo precioso, agora sinto que encontrei forças o suficiente e estou apta a iniciar uma nova jornada a partir de agora, sentindo grande confiança graças a essa fé inquebrantável que sinto nas três Jóias: Buda, Dharma e Sangha.
Voltei para casa renovada e completamente feliz, desde que sai do templo até a chegada em casa o som do vento ecoava o shoshingue, quando penso em cada momento e observo a natureza ecoa com mais força o Nembutsu acalentando meu ser.
Enfim só tenho a agradecer a todos que minunciosamente colaboraram para realização desse encontro, a nossa matriz por autorizar a realização desse trabalho magnifico, aos trabalhadores da cozinha e da limpeza que deixaram tudo maravilhosamente perfeito para nossa recepção, a secretaria que nos tratou tão bem e cuidou para que tivéssemos todas informações necessárias para realização de todas as atividades, aos sensei que dispuseram de seu tempo e sua família para que pudessem nos orientar e a todos os presentes por contribuir com seus relatos e completar o que faltava em mim.
Muito obrigada é pouco para expressar o quanto me sinto feliz, considerando a fragilidade dessa condição humana e do quanto a vida passa rapidamente cada experiência vivida percebo o quanto uma vida é pouco para agradecer por tudo. NAMU AMIDA BUTSU /\ — Sulieni, Bauru
NAMU AMIDA BUTSU, até agora ecoa em meu coração a experiência vivida neste fim
de semana no OTERA TAIKEN, começo já com olhos entumecidos em lágrimas.
Adentrar no sagrado, nós seres profanos como o Sensei Jean nos ensinou, fez todo o
sentido da simbologia budica que por sinal e tão bela. O Shoshingue que canta em
nossos ouvidos mesmo em silêncio, se faz por entender as palavras do Sensei
Hernan, assim também como nosso querido Sensei Wagner nos ensinou com seus
olhos compassivos que em meio ao meu egoísmo e falhas BUDA ME AMA DO JEITO
QUE EU SOU. Amagi Sensei com sei jeito simpático nos ensinou que “o tempo voa”.
Cada um dos Monges ali, sempre dispostos a nos elucidar. Os risos, a alegria que foi
se fluindo de forma natural, as engasgadas no Shoshinge, fui com muitas expectativas
e posso afirmar quer foi mais, muito mais que eu esperava, , conhecer as pessoas do
grupo de verdade, e com isso poder se enxergar como somos iguais com nossas
duvidas e medos, e quem poderia dizer que um bate papo informal fosse ser uma
contribuição tão grande para todos e ver que o Dharma se expande independente do
local ou da situação, e por ultimo mas não menos especial SenSei Mauricio que ao vê-
lo defender o Shin Budismo me fez entender o porque que eu esta ali, mim isso e
vivenciar o Sangha. Gostaria de agardecer a Sensei Ricardo por ter aberto as portas
para que nos ocidentais pudéssemos ter acesso e ao Obata Sensei por permitir nosso
maravilhoso retiro.– Ana Caroline, Bauru
Do blog da Gaby
https://acontecendoaqui.com.br/colunas/coluna-gaby-haviaras-quando-o-sino-toca-o-coracao — Gaby, Comunicadora, Rio de Janeiro
“Começamos a organizar o otera taiken há 6 meses diante do pedido de alguns monto-san. Abrimos as inscrições e rapidamente tivemos mais de 20 inscritos. O que foi um recorde, tendo em vista que no ultimo não chegou a 10 pessoas. Isso já me encheu de expectativa. Então tivemos que montar a programação e diante das últimas palestras que ouvi de Obata-sensei (templo como local de escutar o Dharma) e do Hernan-sensei (monpo nembutsu) achei que seria bom focar nesse tema: MONPO… escutar o Dharma! E pedi a alguns monges que montassem palestras ao redor do tema.
Quando as pessoas começaram a chegar na 6a feira, senti um clima mais festivo do que solene. Senti que as pessoas estavam ali mais para se encontrarem do que para encontrar o Dharma. Estavam ali felizes mas talvez céticas porque não sabiam o que seria realmente um retiro Shin. Pensei comigo, “será que eles vão vivenciar o Dharma? Será que estão com seus corações abertos para viver o Nembutsu? Será que seus ouvidos vão apenas ouvir o Dharma ou vão realmente escutar?” Como não podia controlar a emoção alheia, resolvi deixar nas mãos do poder do Voto.
Quando iniciamos na 6a feira, eu alertei a todos: “Vejam isso não é um retiro de silencio. Não é um retiro de disciplina monastica. Mas não se iludam!”. Continuei vendo ceticismo nos rostos dos participantes. E eu seguia confiante e focado em fazer daquela retiro, um divisor de águas para aquelas pessoas no que se relacionava com a fé. Elas iriam escutar o Nembutsu, naquele fim de semana, indiscutivelmente.
Com o desenrolar das palestas, das vivências, do relacionamento, comecei ver corações amolecerem, lagrimas brotarem, ouvidos se abrirem e corações se iluminarem. Vi pessoas se abrindo e se lançando às recitações de Shoshinge. Vi lagrimas caindo em rostos sorridentes que se identificavam com o Dharma.
Finalmente, vi que estavam se dando conta que a Terra Pura era para todos e que o Voto de Amida realmente se manifestava no coração deles.
Me sentei no fundo do templo para olhar para eles. Fiquei contemplando cada um e senti que ali minha função como monge estava se materializando. Foram quase 6 anos de trabalho em portugues, de conquista de espaços e de corações para finalmente ver os frutos na minha frente. Senti ali que a minha missão estava consolidada e que tenho que seguir em frente firme para que o nembutsu seja escutado pelos brasileiros. Que ecoe no coração deles. Me dei conta então das lagrimas que corriam do meu rosto e então percebi que minha fé foi tocada ali também; que além de coordenador do retiro, eu era também um particpante. E me dei conta de que eu também estava saindo transformado, como monge e como ente profano, bonbu… eu saí completamente abarcado pelo Voto e pela recitação, foi como se eu me ordenasse pela 2a vez.
Saí com meu propósito de continuar vivendo para e pelo Dharma.
Mas também saí muito preocupado. Porque agora temos a responsabilidade de manter esse eco do Shonshinge nos corações de nossos fiéis e não podemos decepciona-los. temos que manter as portas do templo abertas para eles e temos que nos empenhar em acolhe-los sempre.” — Rev. Mauricio Hondaku, monge budista da Ordem Otani, São Paulo
Meu primeiro contato com o budismo shin foi há alguns anos, quando convidado, junto com minha família, pela mãe de uma ex-namorada para ir no rito de alguns (não lembro quantos) anos do falecimento de seu avô. A cerimônia foi realizada no nishi honganji e em português, muito embora a família dela fosse de ascendência oriental.
Na ocasião, a mensagem que foi transmitida me emocionou bastante e despertou em mim algo que não tinha consciência. A partir de então comecei a pesquisar e ler bastante sobre o budismo e acabei me deparando com os vídeos do Sensei Maurício que existiam no youtube e que fizeram muito sentido para mim.
Algum tempo depois esse namoro (de 6 anos!) acabou e, por volta de dois meses depois a mãe dela descobriu que estava com câncer e veio a falecer logo em seguida. Muito embora já separados, ofereci meu apoio durante o tratamento e compareci no velório depois de muita reflexão. Naquele momento eu percebi que o budismo já havia me transformado e tudo aquilo que eu tinha lido sobre impermanência e sobre aquilo que é inevitável fez sentido da forma mais dolorosa possível. Mas foi ali também que eu me dei conta de que eu já tinha conhecido o caminho para superar esse sofrimento.
Eu pensei que nunca sentiria uma emoção tão pujante até que veio o Otera Taiken. Todos os ensinamentos compartilhados e a dedicação de todos no templo me tocaram de uma maneira muito profunda. A receptividade dos monges, o trabalho das senhoras da associação flor de lótus no preparo da comida, o estudo e zelo com que as palestras foram elaboradas e os presentes recebidos me deram uma dimensão concreta do que é a compaixão, com a qual ainda estou imensamente marcado e cujo sentimento pretendo guardar para sempre e também colocar nas minhas ações. Espero que um dia eu consiga devolver ao mundo tudo isso de alguma forma!
Só tenho a agradecer a todos por todo o aprendizado e a alegria proporcionada! — Arthur, advogado, São Paulo
Meu “objetivo” em participar do Otera Taiken foi de se acalmar. O que tem sido difícil. Processo complexo e demorado. — Alex, representante comercial, São Paulo